Predisposição genética, estresse, alto consumo de alimentos processados, industrializados e geneticamente modificados estão entre os culpados
ouco se ouvia falar de intolerância e alergia alimentar no passado, mas hoje essas duas palavras estão em toda parte, dando sinais de que essas reações se tornaram uma epidemia. Alimentos até pouco tempo considerados saudáveis se tornaram vilões e são proibidos no cardápio de adultos que muito se fartaram deles no passado. Uma mudança crescente que levanta várias questões: por que estamos cada vez menos tolerantes a alguns alimentos? Por que estamos desenvolvendo cada vez mais alergias? Como podemos nos tornar alérgicos a um alimento que consumíamos sem problemas no passado? Quem mudou, os alimentos ou nosso organismo? Assim como as perguntas, as respostas são muitas.- Nas últimas décadas as alergias e intolerâncias alimentares tornaram-se um grande problema no mundo. Embora alguns casos sejam de predisposição genética, essa mudança também está associada à piora da qualidade de vida, estresse, alto consumo de alimentos processados e industrializados, alimentos geneticamente modificados e melhores técnicas de diagnóstico
Como saber se sou alérgico?
Com tantas
possíveis causas é preciso fazer uma investigação no sentido contrário. E o
primeiro passo é o consultório médico, onde, após um levantamento histórico, o
paciente é encaminhado para vários exames.
- Testes
cutâneos, avaliação sanguínea, biópsia intestinal e endoscopia, dieta de
exclusão e teste de provocação oral estão entre os exames que vão detectar o
alimento causador da intolerância ou alergia – elenca Cristiane, que ainda
frisa a importância de identificar o tipo de reação.Conforme a nutricionista, enquanto a alergia alimentar é uma resposta imunológica adversa aos alérgenos (substâncias que podem induzir a uma reação de hipersensibilidade) presentes nas proteínas dos alimentos, a intolerância é uma resposta à ingestão do alimento não envolvendo o sistema imunológico, provavelmente o resultado de uma produção insuficiente ou deficiente (inexistente) de uma enzima digestiva.
Alimentos geneticamente modificados
Nos casos das
alergias, os maiores causadores são a predisposição genética (50% dos pacientes
com alergia alimentar possuem história familiar de alergia), a introdução
precoce de alimentos em bebês no período de desmame e a permeabilidade do
sistema digestivo.
No entanto, não se pode descartar a culpa dos alimentos geneticamente
modificados. A polêmica que envolve esses produtos é grande e ainda não temos
um estudo conclusivo sobre a influência deles na saúde. Entretanto, algumas pesquisas indicam que, a mesma
tecnologia responsável pelo aumento da produtividade e a redução dos impactos
ambientais da agricultura, está associada a vários problemas de saúde como
infertilidade, mal de Parkinson, alguns tipos de câncer, e diversos problemas
na flora intestinal que podem levar à dificuldade de digerir a lactose e
desencadear e/ou agravar transtornos relacionados ao glúten, incluindo a doença
celíaca, uma grave desordem autoimune.
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